Caratinga e cidades vizinhas ganham com o Iº Encontro dos Técnicos Agrícola”
Profissionais com formação de nível técnico que participaram do VII Encontro Nacional de Técnicos Agrícolas e I Encontro dos Técnicos Agrícolas do Leste de Minas acreditam que o mercado local nessa área pode experimentar, a partir de agora, uma nova realidade que será lembrada “como antes e depois do evento”. É que a categoria com formação de nível técnico recebeu uma verdadeira injeção de ânimo e valorização durante os dias de evento com a presença de representantes de entidades classistas de renome, que mostraram o quão importante, promissora e reconhecida no País é a função do profissional técnico. Os eventos ocorreram simultaneamente, com abertura no dia 08 de novembro, na Inspetoria/Caratinga do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) , e extensa programação no Campus II, do Centro Universitário de Caratinga (UNEC), durante todo o dia 09.
Realizado pelo Sindicato dos Técnicos Agrícolas de Minas Gerais (Sintamig), pela Associação dos Técnicos Agrícolas do Brasil (Atabrasil) e pela Escola Técnica Professor Jairo Grossi –, mantida pela Fundação Educacional de Caratinga (Funec) -, os dois dias de encontros propiciaram troca de experiências e debates que vão somar bastante à carreira dos técnicos locais e suas atribuições profissionais.
Na opinião do reitor do Centro Universitário de Caratinga (UNEC), professor Antônio Fonseca da Silva, de origem ruralista, ter um profissional qualificado atuando na agricultura significa investimento e não despesa. “Sou do tempo em que o plantio de café ainda se dava por meio da técnica de gaveta, quando se levava de cinco a seis anos para se conseguir uma muda de café, que germinava em lugares sombrios e úmidos das capoeiras e que depois eram removidas para as covas. Hoje vemos o quanto a cultura agrícola evoluiu por conta de estudos e pessoas interessadas em se dedicar a novas pesquisas, que impulsionam os negócios no campo”.
Incisivo em defender a categoria, o presidente da Atabrasil, Carlos Dinarte Coelho, técnico agrícola e palestrante experimentado em questões educacionais na região Sul do país, apresentou características da valorização da profissão, até então pouco difundidas por aqui.
“Quando ingressar num curso técnico a primeira lição que o aluno deve aprender em sala de aula deve ser: qual será sua atribuição profissional depois de formado, para, assim, saber tirar proveito do curso, se dedicando às matérias específicas e saber valorizar sua profissão. Hoje vemos técnicos que estão devidamente em dia com os órgãos fiscalizadores de classe, mas que não podem contar com esses mesmos órgãos na hora de representá-los, enquanto no exercício da profissão”, criticou Dinarte, referindo-se à decisão que retirou dos técnicos agrícolas a atribuição para prescrever receituário de insumos agrícolas e chamando a atenção para a união da categoria. “Unidos os técnicos são mais fortes, porque mostram que falam por uma categoria e não por uma disputa individual”, enfatizou.
O presidente do Sintamig, Carlos Roberto Alves, também foi firme em defender a união da classe e o que classificou como ‘movimento de valorização da categoria’. “Sindicatos e associações devem caminhar unidas para fazer valer a legislação no que tange ao exercício da profissão de técnico agrícola, que é regulamentada por lei. A disputa de mercado é acirrada e às vezes injusta, daí a necessidade de uma entidade forte e unida para fazer valer os direitos dos profissionais enquanto carreira”, cobrou.
O sindicalista levantou como bandeira de luta: “Reconhecer e fazer valer as atribuições profissionais do técnico agrícola no que se refere a assinatura, como responsável técnico fitossanitário, na prescrição de receituários e no Registro Nacional de Sementes e Mudas”, dirigindo-se ao representante do Ministério da Agricultura e Pecuária, Geraldo Neves dos Reis, presente na ocasião como integrante da mesa principal.
PEP – A diretora da Escola Professor Jairo Grossi, Francisca Pires, participou ativamente de um debate extra-oficial momentos antes da abertura do primeiro dia do evento com o presidente da Atabrasil, Carlos Dinarte Coelho e com o presidente do Sintamig, Carlos Roberto Alves, em que abordaram os subsídios governamentais para oferta de cursos profissionalizantes através do PEP (Programa de Educação Profissional), custeada pelo governo de Minas.
“A demanda de mercado exige um leque maior de cursos para atender determinadas áreas carentes de mão de obra especializada para evitar que o mercado fique saturado pela oferta sempre dos mesmos cursos específicos, atendendo assim novas demandas profissionais”, defendeu a diretora, sendo acompanhada pela mesma opinião do presidente da Atabrasil.
PRESENÇAS – Destaque para a presença dos técnicos: José Antônio dos Reis, da Associação dos Técnicos Agrícolas de Minas Gerais (Atamg), Valdivino Eterno Leite, do Sindicato dos Técnicos Agrícolas de Goiás (Sintago), Luciano Saraiva Gonçalves Souza, do Sintamig, Remo Campagnolos, do Sindicato dos Técnicos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Sintargs), Ely Avelino, futuro presidente da Atabrasil, Rômulo Campos, agente de fiscalização da Inspetoria do CREA, em Caratinga e o coordenador dos cursos técnicos da Escola Professor Jairo Grossi, professor João Teixeira de Carvalho, que empreendeu incansáveis esforços para a realização com sucesso do evento. (por Willian Ribeiro – Decom/UNEC)